quinta-feira, abril 30, 2009

Maio

Tudo bem, o mês ainda não chegou.
Muita coisa ainda não rolou. Mas uma crescente inquietação nasce em mim; aliada a ela, uma crescente satisfação.
Maio inicia a estação fria. Não que eu seja um grande fã do frio, mas muita coisa acontece em maio. As folhas caem, os cachecóis cobrem os pescoços das belas florianopolitanas e as ruas frias esvaziam-se um bocado. Os cafés quentes nos parecem mais atraentes e talvez eu ainda queira a tua companhia.
Em maio é tempo de festa... eu faço aniversário, e por coincidência, é no mesmo dia que no ano passado. Sempre uma semana depois do nascimento de um grande amigo. E sobre amigos, maio também tem muito a dizer. Não que eu já tenha parado pra ,realmente, escutar, mas bons amigos nasceram nesse mês que se inicia. Talvez até a minha constante dualidade se deva a maio. 
"O cheiro do verão já não é o mesmo" posso afirmar com certeza. Não sei dizer se eu estava certo quando escrevi tal música, mas aquele amor, que durará enquanto houver vento soprando, me abriu a mente pra uma nova idéia. 
Hoje aprendo que aceitar é a palavra que eu buscava para tornar completa a poesia tão linda que me é tão nova a cada tempo que passa. 
Também não me arrependo de ser quem sou, e dizer o que digo. Acho que tudo valeu a pena, independente do que for. O sol ainda vai abrir em maio. Mais tímido e frio; mas quem disse que as tímidas também não me atraem? 
Timidez que já foi minha, mas que é tão bonitinha em miniatura, como peso leve que eu carrego com cuidado; só porque gosto. Tem cheiro doce; indescritível, mas inconfundível... 
E não venha dizer que eu não sou sincero, se lhe contarem que estou mudado. Claro que estou. 
Até assumi a idade, nacionalidade, saudade e emoção. Aboli a carteira e a ambição de ser o melhor naquilo que não é meu. Ainda vai chegar a minha vez de sair desse "meio termo" e eu quero estar amadurecido o bastante pra gozar de toda a liberdade. 
Em maio eu vou continuar sem ver o tempo passar, mas talvez só a saudade dos velhos abraços me faça comprar uma garrafa de rum pra comemorar. 
"A China é um país da segunda onda" E daí? Nem bem completei o estudo e já estou com medo do desenvolvimento dessa sociedade pertencente ao século passado. Mas ainda é maio... ainda falta um certo tempo até que eu possa decidir, finalmente, o que será da minha vidinha. Ainda que não tenha virado o mês, amanhã é feriado... Nada tem me irritado mais que feriado.
Agora, se me der licença, vou gritar a música que toca em meus ouvidos. 
Boa noite. Que o friozinho de maio gele suas bochechas, mas que o calor dos que você gosta aqueça suas mãos. 

sexta-feira, abril 10, 2009

Agora não dá;

Os dias correm muito rápido e o calor me deixa tonto. 
Embora tudo isso seja difícil, é necessário. Não dá pra dizer o que está rolando,
mas eu não tenho muito tempo a perder. 
Segura mais. É feriado de páscoa. Se chover, talvez eu apareça por aí.

Por que você não volta?

Tenho saudades...

domingo, abril 05, 2009

estou de cabeça pra baixo;

pés descalços; cabelos molhados...
E hoje quero falar sobre uma coisa que me toca: Identidade.
É parando e buscando concentração no ócio que você ainda vai descobrir quem é.
Digo isso porque é bem provável que muita gente não tenha descoberto isso ainda. Até porque não é uma tarefa muito fácil. Todos nós somos empurrados; influenciados; jogados numa cultura que não é necessariamente a nossa. Somos criados pra ser quem não somos.
Não que isso seja uma coisa tão ruim. Só que quando você pára sozinho a pensar, percebe a niilidade a que se resume sua existência.
Cara, já parou pra pensar que a gente estuda, estuda, estuda... daí trabalha, trabalha, trabalha.
Por quê? "É fácil! Pra ter dinheiro!"
E pra que ter dinheiro? Pra comprar felicidade? Pode até ser, eu não discordo totalmente. Acho o capitalismo muito bonito... Só que passam-se as semanas e o tempo que nos sobra pra fazer o que queremos é reduzido.
Tá entendendo? 
Você estraga sua vida reclamando que não tem tempo ao invés de sair por aí e fazer logo o que quer, encontrar logo quem quer, ler o que quiser, estar onde quiser!
Queridos, não estou revelando nenhum segredo, só a realidade à qual estou intimamente atrelado. Infelizmente sou hipócrita o suficiente para continuar sem tempo; mesmo que a falta de tempo faça parte da minha diversão... 
Já se olhou no espelho e perguntou: Quem sou eu?
E eu pensei: Igualzinho a você.
Igualzinho ao vizinho; igualzinho ao padrão.
E todo mundo vai às mesmas festas, faz as mesmas compras, tira as mesmas fotos, escuta as mesmas músicas, ri das mesmas coisas e mesmo assim, todo mundo se considera ORIGINAL.
Se um dia você deixar de fazer algo que faria por instinto (vontade natural; normal; absolutamente original) porque alguém vai achar estranho, ou fora do comum... Aí você pára um pouco e reflete sobre o que aconteceu. Talvez você concorde comigo.

Ah, só pra avisar... ela vem aí.

quinta-feira, abril 02, 2009

estou de cabeça pra baixo;

cabelos molhados, pés amarrados e o tempo não passa.
Parou faz pouco tempo, e eu ainda não consigo explicá-lo.
Merda de fenômeno que aparece a todo tempo por causa das minhas mentiras.
Pior do que mentir pra você é mentir pra mim. 
Me faltam palavras e o som me parece menos nítido. No fim, tudo parece amarelo, tão igual.
Sem a cor que me falta, todo mundo me é estranho, todo mundo é normal. Absolutamente excêntrico.
E só fica cada vez mais claro que o deslocado sou eu. Se eu lhe contar um segredo, você guarda?
Não. 
Nem eu. Já soltei faz tanto tempo, só não volta aos meus ouvidos. Não volta porque as redes de comunicação já não me procuram, já não precisam de mim. 
E os cabelos? Mais uma vez não secam. Não secam porque a gravidade não é suficiente pra me segurar; a água já não tem mais força pra me engolir e talvez nem as suas mãos consigam mais me estrangular. Tenho saudades. 
No fim: lucidez é um conceito abstrato. Concreto, nem o ar que eu respiro, nem o amor no meu bolso, nem o rock na mente e nem as pedras que eu cuspo.
O tempo não passa e a agonia é constante. Mais um segundo e eu paro de pensar.