domingo, junho 28, 2009

Era de rum, ok?

Um repertório tem aumentado;passo a passo, como andam as centopéias. Cada nova música tem sido emocionante.
Por outro lado, descobri que posso ser expulso por meninas sonhadoras e românticas aos tapas...
É reflexo da minha sinceridade.
Ora! Todo mundo tem o direito de ser o que quiser.
Eu vou comprar um bar; eu vou beber menos; vou tocar minhas músicas na escadaria da igreja à luz das velas e quando tudo estiver baixo novamente eu vou ligar para algum amigo que não vejo há vinte anos. Sei lá, se alguém há de lembrar de mim.
Saudades, Gabriela.

domingo, junho 21, 2009

o mundo

É a nossa sala de estar.
Sente-se aí e troque uma idéia comigo.
Se quiser, ali naquele banco tem uma garrafa de vinho pra nós dois.

O sol bate de lado e não nos irrita os olhos. As folhas verdes refletem uma cor de final de tarde.
É verão e tenho orgulho das minhas tardes alegres com amigos que, assim como eu, não têm nada pra fazer.
E o rock, sem compromisso algum, vem nos fazer companhia. Que tal trazer uma cerveja?
Não, hoje não estou pra isso.
Se pintar uma idéia nova, me liga; você tem meu número.
Às três horas o pessoal chega aí e tudo há de ser paz.
Tudo o que se quer, quando se é jovem, é um skate nos pés e amigos pra conversar.
Amores vêm e vão; cachaça nem sempre dá dor de cabeça e uma semana escondido estudando vale um fim de semana de festa. A maioria das pessoas acha que faz tudo errado e mesmo assim não tem coragem de se jogar no certo. Quando você parar pra pensar que deveria trabalhar mais, esqueça. Deveria viver mais. Trabalho só é bom quando não é trabalho, mas satisfação.
Hoje acordei com vontade de sair à rua. Calcei os tênis, lavei o rosto e a estrada ainda não parou de vir aos meus pés. Talvez eu passe aí pra dar um oi.
Você me diz que quer sair; Eu quero sumir.
Aproveitem o restinho do domingo.


sexta-feira, junho 19, 2009

"O herói é o genocida"

E você me liga hoje, como se eu pudesse lhe salvar de sua própria desgraça.
Tente entender que não há solução para o seu vazio e a dor que você sente não é minha como era há 5 meses.
5 meses... O sol ainda nos rachava os ombros naquela época. Nem acredito que já se passou tanto tempo.
Também não venha me culpar da saudade que você sente. Eu não me culpo nem pela saudade que sinto. Há anos que eu não derramo uma lágrima, e hoje tudo parecia tão aconchegante e um brilho me desceu o rosto áspero de barba mal feita. E ao som de uma valsinha eu me emocionava ao cheiro de café apagando da memória as mil incógnitas que as aulas me faziam descobrir.
Uma neurose; uma overdose ao som de uma voz aveludada e um contra-baixo feroz.
É noite e eu já não sei mais dormir tarde. É sexta-feira e eu nem mencionei a palavra "festa" hoje.
Lembrando daquele caso em que você me matou, eu só quis estar novamente sobre as pedras e me jogar no mar. É um roquenrou feito com amor que me motiva a relembrá-la.
Ainda me pego pensando se naquela tarde as coisas poderiam ter terminado melhores. Talvez você estivesse aqui ainda; talvez aquela queda não fosse fatal; talvez eu não tivesse aprendido a ser tão frio e ainda me dói pensar que num segundo tudo mudou. Um carro na estrada e a velocidade nunca nos parece ser tão fria; a realidade não nos pareceu ser tão alta e o tempo sempre foi tão curto.
Se um solo de guitarra pudesse lhe traduzir o nome, talvez eu o tentasse; se uma poesia fosse tão complexa quanto as suas vontades, talvez o poeta não a teria escrito...
Hoje faz 5 meses. Ainda não fui lhe deixar flores e não pretendo voltar tão cedo.
Não é crueldade, é respeito à nossa realidade.
Não me procure nos meus sonhos. Eu quero paz durante o sono.
Tomara que você esteja olhando por mim de onde está, meu amor.

G. Tritany


quinta-feira, junho 11, 2009

Viva a sua realidade, babaca!

Não estranhe a minha falta de hipocrisia. Não estranhe o meu sincero desprezo.
Agradeça por saber ler; entenda que você nunca deixará o estado de bile, nunca compreenderá a si mesmo se continuar vestindo essas mesmas calças. Ainda me é difícil começar essa pequena crítica.
Somos um grande grupo de jovens ociosos; não fazemos nada além de inventar moda - e acho que moda é o tema de hoje. Moda é uma tendência que vai e vem. A moda é a incrível capacidade que cada ser humano tem em assumir uma atitude como um hábito inerente à sua cultura. É a mesma coisa que a calça jeans e os óculos que você usa hoje e jura que usava há cinco anos, quando não era moda.
Tá me entendendo? Eu desprezo a sua hipocrisia.
Pra entender a moda, não preciso ir longe. Aliás, eu moro no melhor lugar pra isso.
Floripa é a cidade mais fantástica para se observar o fluxo das idéias. Elas passam por aqui e tornam-se comuns aos nativos e aos naturalizados daqui. Significa dizer que, nesta pequena ilha, ninguém tem identidade. Todo mudo é o que o outro é.
Quem foi o grande filósofo da atualidade que disse: voltem aos anos oitenta?
Ou melhor... você já notou que os playboys ( que serão SEMPRE playboys) e as lindas patricinhas ( que serão SEMPRE patricinhas) tinham, até ontem, uma enorme repulsa por aqueles que eles chamavam de emo - mesmo que estes nem assim pudessem ser chamados. Pra explicar direito: qualquer um que anda vestido de preto e declara gostar de roquenrou é considerado emo, punk, roqueiro ou coisa do gênero.
Voltando ao assunto: Já viu que as calças e tênis dos mauricinhos de hoje se assemelham muito ao estilo dos emos de ontem? Dá uma olhada nos óculos que eles usam!
Tem gente que edita suas fotos para envelhecê-las. Tem gente que resolveu voltar a tentar escrever certo; tem gente que não percebeu que TODO MUNDO ESTÁ ASSIM.
E me pergunta o que é que tem de errado nisso.
Eu não sei. Só sei que tem algo a ver com aqueles que se acham cool. Mas ainda tenho que pensar muito antes de escrever sobre eles.
Entenda que eu não deixo de respeitá-lo por suas atitudes de papagaio. Aliás, "atitude" - palavra que havia se tornado moda entre os que queriam exaltar sua originalidade, mesmo sem ter originalidade alguma - é uma palavra quase extinta do vocabulário do bom jovem da moda.
Quero dizer: quem é você? Você é aquele que suas experiências criaram, ou é só um monte de opiniões furadas, desconexas, incoerentes com a realidade e criadas por alguma revista semanal que você lê em vez de estar fazendo alguma coisa útil para a sua vida.
Não vou mais contar história; o importante é a casca, não a polpa da fruta. Da próxima vez eu posto uma foto e um poema sincrético qualquer.
Se você se sente ofendido, ligue para o 0800 e disque 2.
Boa noite.