domingo, março 20, 2011

à vontade… pro que quiser?

É estranho voltar as páginas e encontrar histórias escritas sob uma sensação tão negativa, um humor tão emocionado e carregado de palavras dolorosas. Me faz refletir: o que está escrito em outras páginas dessa história não me satisfaz, não me completa, não me diz “sou eu quem está aqui dentro, de verdade”.

Talvez as coisas devessem começar de novo. Ou não.

Espera só, toda essa coisa de blogar, de publicar, tudo veio na onda de uma história de um enrosco emocional que me prendeu a uma pergunta: o que é que eu estou fazendo aqui?

É sério, não adianta resolver que agora minha direção é outra, remodelar a coisa toda e não pensar um pouco na história. Sei lá… Acho que estou encontrando mais uma função pra isso aqui. Além de todo esse fundo de madeira, que parece muito com algo que eu talvez já nem seja, existe um registro pessoal de vários meses e de várias emoções. Mesmo que talvez só eu entenda todas as entrelinhas, quem viveu comigo cada história entende cada detalhe, e eu tenho um relato exato de como a descarga emocional balançava minha cabeça em diversos momentos dessa viagem. É claro que cada dia é um dia, e cada minuto é diferente do próximo, enquanto eu estou aqui sentado, tudo pode acontecer, e não dá pra registrar quase nada do que é a vida, essa explosão de fragmentos emocionais, que são captados em dimensões, enquanto nós vivemos conscientemente algumas delas, transitando sem saber por cada uma de nossas, sei lá, 18(!) realidades. Sei lá de onde vêm esses números. Já li algo assim, não lembro onde…

Já que é pra deixar marcado: quem sou eu hoje? Eu sou o cara que está sentado a escrever, precisando de um banho, mas com a cabeça acordada como uma criança a se divertir; sinto a calma das noites solitárias, as quais tenho tido pouco tempo para aproveitar… De qualquer forma, me sinto livre, em contato com alguma rede real, que liga tudo que é vivo, transforma seu éter e dá origem às idéias e aos desejos… Sei lá, tou precisando de um tempo pra cair na farra, curtir a noite, sentir o vento cortar a minha barba feita pela manhã, e quando as costas estiverem suadas após uma corrida noturna, talvez eu me sente neste mesmo sofá improvisado e converse um pouco com quem tem muito mais história pra contar.

E quem sabe as noites caladas não tenham mais pra mostrar do que o suor refletindo a luz da lua?

G. Tritany

quinta-feira, março 10, 2011

Em minha solidão dos dias quentes, esfriando a cabeça no mar do mata…

Eu penso que poderia estar sentado no meu sofá universo onde reflito sobre as coisas que as pessoas me contam sobre suas vidas, e sobre o que eu repasso aqui sobre a minha, como produto de uma relação de coletividade dependente de outras vidas. É sério, você é um ser social, ou então não pode se reivindicar humano.

O certo é que o sol do matadeiro é sempre lindo, e o mar é sempre claro. Ou pelo menos quando eu estou lá, porque aquilo pra mim é Floripa. É correr pela areia fina, é entrar no mar limpo e de ondas altas, cheio de felicidade, bem acompanhado como se estivesse só com Deus, numa alegria, porque é isso que me bate quando eu olho aqueles morros e aquela gente bonita, que banha seus corpos com o sol frio dos dias na ilha da magia.

Sei lá o que eu deveria pensar agora. Eu só sei que a minha história se transforma, e quanto mais eu leio, quanto mais eu penso, mais tudo se torna claro, e a cada hora eu me sinto mais imerso na vontade de destrinchar, de amarrar as coisas, de chegar na raiz, de chegar ao fundo das idéias.

Se quiser, entenda: eu só tenho o compromisso comigo mesmo, de cair todo dia naquela água gelada e nadar milhares de braçadas até cansar e respirar fundo, sentir o vento quente do Rio de Janeiro e me sentar à mesa onde se discute o sexo dos elefantes, porque é isso que importa mesmo. Foda-se.

Viagem? Não.

Quando você chegar lá, vai entender o que eu digo.

G. Tritany