domingo, julho 27, 2014

Mudanças: de cara nova

É sempre bom mudar. Eu acho até que devemos mudar para nos adaptar melhor às condições impostas e às novidades.
Hoje, sinto que o Blogger já não comporta as experiências da Sala de Estar da forma que eu gostaria mais. É uma pena, entretanto, simplesmente abandonar anos de lamentações e histórias, de sentimentos e explicações tortas.
É por isso que estou migrando a Sala de Estar para o WordPress.com, que coloca a disposição um arsenal amplo de ferramentas e conexões, além de opções gráficas. Enfim, muitas coisas interessantes que eu ainda estou começando a usar. Para os interessados, fica a dica: vale à pena migrar, e não é tão difícil assim.
A nova Sala de Estar pode ser encontrada em http://eletrosaladestar.wordpress.com/

Espero continuar recebendo visitas lá. Espero também contribuir com textos mais interessantes, mas primeiro vou ter que vencer uma experiência difícil e chata com as tristezas da vida.

G. Tritany





Sozinho, afinal, no fim dos tempos

São 1:05 da manhã. Não sei o que fazer da minha vida. Uma forte tristeza me tirou de casa, junto com ela uma palpitação que eu não consigo evitar. Não chove, mas o meu coração chora frente à infelicidade de um beco sem saída. Só tem dois caminhos: o beco escuro ou a volta à rua solitária. Sinceramente, eu não sei dizer onde prefiro me esconder.
Lá de cima, as pessoas felizes piscam luzes de seus apartamentos. Devem estar planejando amor ou fazendo uma viagem. Tanto faz. Pra mim, tudo o que resta é aceitar a solidão crescente, escondida sob abraços solidários.
Os carros passam, as pessoas alegres se embebedam um pouco mais, e tudo parece normal. Exceto pelo vento, que parou. Eu esperava chegar aqui na beira do início de tudo e sentir um forte vento no rosto. Que cortasse as  feridas do rosto cheio de barba, que levasse embora a tristeza de meu coração. Contento-me em admirar a paisagem morta e contemplar as relações quase humanas dos seres noturnos que habitam esse lugar. Olho para dentro do meu ego e vejo um enorme olho me julgando de volta. E todas as coisas ruins que eu queria digerir aparecem de novo, como ruminação do velho e apodrecido vômito da bile que me escorre à boca no momento de cólera embriagada.
Que bom estar só para sentir isso. Não aguento mais dar explicações. É como se para tudo que parece tão complexo como a rrealidade houvesse um nome que confirmasse a simplicidade ignorante e duvidosa das emoções dolorosas. Acabou a minha paciência!
Eu não quero mais meias verdades. Não quero mais esconder dias tristes. Estou cansado das histórias de amor  inacabáveis e dois relacionamentos conturbados. Estou cansado. Tudo o que eu vejo é cego e nada leva a lugar nenhum a não ser a velha saudade de ser um de novo e sentir que sirvo para fazer alguém feliz, nem que seja só a mim mesmo.
Acabou o cigarro e, pelo visto, não vou ter vontade de voltar. Ainda é cedo pra reabrir antigos debates, e eu preciso controlar minha vontade louca de gritar até destruir tudo, até que não exista mais nada que possa me fazer sentir que a vida não vale à pena ser vivida assim. Queria voltar uns 5 ou 6 anos. Viver os amores e os desencantos, as intermináveis horas entre um e outro dia de sorrisos frios, e o aconchego de bochechas geladas. Não posso desejar mais.
Já chega.
G. Tritany

terça-feira, julho 22, 2014

Uma lista pra você

Eu gostaria de fazer uma lista de músicas pra te dar. Nela, todas as emoções que eu já senti contigo estariam guardadas. Os momentos de empolgação, a história de nossos passeios alegres, e mesmo os mais tristes e desesperados. Todos os medos e os ataques de raiva seriam notas, e cada verso seria tão verdadeiro quanto a bagunça de sentimentos na minha cabeça e a confusão no meu coração.
Não posso te reduzir a isso, mas só consigo imaginar que dessa forma talvez eu consiga dizer tudo o que as palavras escondem, tudo o que eu não consigo explicar, e as mil dúvidas sobre nós dois.
Se eu pudesse fazer isso, talvez você me achasse menos misterioso, menos escondido.
Qual deveria ser a primeira da lista? Ainda não sei.
G. Tritany

segunda-feira, julho 21, 2014

O passo, o voo

Só mais uma dessas noites. Foi só mais uma nota. Um segundo, e tudo explodiu na minha frente. Era cedo ainda, e eu não conseguia explicar a vontade louca de fugir atrás da última nesga do sol, que morria na minha frente.
Corri o mais que pude.  Sempre fico um tanto desesperado nessas situações... E as pessoas felizes passavam ao meu lado, desviavam do desvairado carro que eu conduzia amedrontado. Aterrorizado com o fim do dia e a chegada de um novo humor.
Virei para o lado e perguntei, como se realmente importasse a resposta:
- Que será de nós amanhã?
- Não sei - respondeu- me. Mas tenho medo do que a velocidade de seu esbaforido desespero pode nos apresentar agora. Se esse destino puder ser evitado, coloque as idéias no lugar.
A fantasia tem um lugar reservado no coração dos que correm pela vida buscando viver cada segundo, e as surpresas são o motor dos aventureiros. Mas às vezes, só a aceleração dos meus próprios pés queimando o asfalto pode resolver o desespero e suar as mágoas do jeito necessário. Quem sabe eu também não devesse aprender a voar, como fazem as pessoas de plastica felicidade nas suas asas coloridas, pousando na praia ao lado das gaivotas, com seus escravos pagos a carregar seu fardo. Não, não é pra mim.

sábado, julho 12, 2014

O desânimo geral se abateu sobre mim hoje. Uma mistura de sono e raiva. Um pouco de descrença no incerto e o medo de jogar tudo para o alto. Parei na esquina. Não consigo subir a rua, porque me doem os pés e porque o coração pesa. 
É triste. Não tenho vontade de assistir ao jogo, nem quero me envolver nas polêmicas de sempre. Quero o silêncio. Quero o sono tranquilo na rede ou o sono triste dos bêbados. Tanto faz. Vale tudo pra não sentir mais o dia que vai embora lentamente. Muito mais lento do que o ritmo dos meus pensamentos distorcidos. 
Será que tido isso é uma variação da normalidade? Será que vai passar amanhã, depois que descansar? 
Gol da Holanda. Mais um motivo pra não ver o jogo. 
Quer saber? Vou mesmo é esquecer que o dia começou, fingir que é carnaval, natal ou qualquer coisa assim, e dar um gigantesco foda-se pra tudo isto. 

G. Tritany