sexta-feira, novembro 21, 2008

E fico devendo;

E o tempo passa, e a vida segue num ritmo de trem bala, sem olhar pros lados, e ver que na curva fechada várias partes ficaram para trás.
É difícil assumir que eu errei em usar meu tempo de maneira indiscriminada. Preciso de um mestre do tempo pra me ensinar a ser onipresente. E talvez oniciente, sei lá.
E fico devendo...
Devendo à sociedade um novo cidadão; aos meus pais, um bom filho;
aos amigos, a presença; às meninas, um café; ao meus amores, um pouco da minha atenção; aos pinguços, mais uma rodada de goró; à minha amiguinha dançarina, um minuto de forró;
aos meus estudos, fico devendo tanto...
Aos professores, fico devendo a gratidão; aos colegas, fico devendo a saudade;
ao tempo, o trabalho; à menina que eu queria tanto ver novamente, mais uma hora de um sorriso sincero.
Ainda devo ao meu corpo uma explicação. Uma resposta.
Ainda devo àquela moça um pedido. Um que eu nunca fiz.
Devo ao clima a minha angústia, a minha inquietação.
E fico lhes devendo o ombro amigo e o bom ouvido. E fico devendo.
E fico devendo à morte. A ela eu devo o tempo. Ainda não teve tempo de me carregar.
Um dia eu paro de correr. Só não acredito que um dia eu vá parar de dever.
Gui.