segunda-feira, setembro 20, 2010

Você sabe ler?

Então usa isso pra alguma coisa útil! Pelo menos que seja pra formar a sua própria opinião!

Me irrita profundamente a atitude tomada por algumas pessoas que limitam seu conhecimento às opiniões infantis que circulam através de vídeos sem sentido pela internet. Não que eu esteja criticando tal autor, afinal quem sou eu pra julgar a opinião dele, que muitas vezes até bate com a minha. Mas daí a tornar tal conteúdo meu bordão opinativo? Que é isso, mina gente?

Se você sabe ler, leia tudo sobre tudo o que é assunto! E não venha dizer que não tem tempo pra isso; tempo é tudo o que temos. Do contrário, você vai continuar exibindo a opinião de outras pessoas através de frases repetidas, das quais você talvez nem entenda o significado.

Toda informação que recebemos passa por algum ou alguns filtro(s) até chegar a nós. Isso significa que você nunca vai ouvir uma notícia completa, ela normalmente virá sob a forma de resumos alterados de acordo com a intenção de quem os transmite. Ou você sempre achou que o majestoso jornal da nação mostrava alguma coisa imparcial? Claro que não, o dono da empresa, chefe de edição, o jornalista, o jornaleiro, você, o seu vizinho fofoqueiro – todos têm uma opinião, e cada um vai contar uma história de acordo com aquilo que lhe for mais conveniente.

Em suma, é só pra dizer que estou cansado de ver essa gente transmitindo o discurso vago e ridículamente sem conteúdo que rola na internet. Pare e pense, você não é capaz de dizer nada melhor sozinho?

Bom dia. Aproveite seu tempo, largue esse romance juvenil de lado e vá ler alguma coisa que te enriqueça.

G.Tritany

sábado, setembro 11, 2010

A vida não espera

E enquanto eu pensava nessa sentença, lembrava dos momentos que me trouxeram à tona a emoção com força. “Life Won’t Wait” do novo álbum do Ozzy reflete minha mente no momento, e é assim que tenho seguido, tendo na cabeça que a vida é agora e que esse sol vai passar se eu não me jogar na praia hoje.

Bom dia.

G.Tritany

quarta-feira, setembro 08, 2010

O meu orgulho pede uma sede.

E isso é imutável. Não são duas ou três cervejas que vão mudar. Eu sei que eu deveria aceitar humildemente que as coisas estão mais ou menos onde deveriam estar, mas a história é sobre ignorância de uma corja dominante.

A minha escola é a mais antiga, tem 202 anos e ainda vai durar mais duzentos, se o governo não cometer mais nenhuma atrocidade e se ainda houver cobrança dos estudantes por algo melhor. A questão é que a Faculdade Nacional de Medicina não existe mais. Deixou de existir um ano depois que a escola passou a se chamar Faculdade de Medicina da UFRJ e foi transferida para o fundão, principal campus da então chamada Universidade do Brasil. O saudosismo é pura questão de orgulho, e eu tenho esse orgulho. Não me leve a mal, mas eu tive boas e más experiências com militares e posso dizer que entendo o que aconteceu.

O fato é que a minha escola não tem uma sede. Tente andar pelos corredores do centro de ciências da saúde e perguntar onde fica a faculdade de medicina. Certamente uma alma caridosa saberá explicar que até há uma salinha onde se encontra uma secretaria, mas que ela fica próxima a um piano e a outras relíquias que ninguém sabe onde guardar. Queria eu sentir o orgulho de entrar todo dia por aquela frente do CCS e dizer: também faço parte dessa história. E se você vai ficar irritadinha comigo, pode fechar esta página, não há nada aqui que não seja eu, de cabo a rabo.

Em 1973, por força de um novo regime no Brasil, a reforma universitária que renomeou a UFRJ, decretou a transferência da Faculdade de Medicina para o Fundão, onde ela foi dividida em várias unidades (o que dificulta a comunicação). Logo após a transferência, em 1975, o lindo prédio da Faculdade Nacional de Medicina foi demolido, durante o governo Médici. Vale lembrar que a ignorância suplantou a consciência, que a brutalidade suplantou a razão e que eu sinto tanta, tanta pena daqueles pobres coitados, assim como também sinto uma enorme pena por não poder conhecer a arquitetura que até hoje inspira imagens ilustrativas. Dá a entender que algo bonito era aquele espaço. Qualquer um que se interessar pode fazer uma visita virtual ao prédio, e eu juro que é bem provável que vá adorar.

Mas, sinceramente, por que estou eu aqui resmungando à queda de uma morada? Orgulho? Também. A realidade é que o orgulho e o prazer pessoal sempre suplanta o coletivo, isso é notório numa sociedade em que homens públicos têm tanto dinheiro que este poderia ser usado para alimentar os 50% mais pobres por mais de 10 anos. Além desse quesito, vale lembrar que há uma enorme burocracia hoje na Faculdade de Medicina. Tal entrave é gerado pela distância física entre os seus vários órgãos corporativos. Isso não quer dizer que a internet não possa fazer o serviço integrativo, mas que a união física transpõe barreiras burocráticas enormes.

De qualquer maneira, fica registrada minha angústia. Chego a me preocupar, será que não devia estar me engajando em assuntos mais importantes? Acho que não. O que me vem à cabeça é uma enorme tristeza e uma vontade de ter presenciado época em que tal escola tinha alunos unidos, que pensavam alto, que pensavam a favor do Brasil, que realmente mereceram carregar no peito a palavra Nacional no nome de sua faculdade; Àqueles que lutaram contra o regime e que se uniram por algum ideal, meus cumprimentos. Aos jovens que hoje não sabem o que pode significar a palavra “ideal”, meus pêsames.

G.Tritany

segunda-feira, setembro 06, 2010

Sem uma lágrima,

…eu comemoro a chuva, visitante que há muito não bate à minha porta. Ela vem junto com a vontade de sentar à varanda e beber um café gostoso no meio da tarde. Mesmo assim, o roquenrou não pára de vibrar em minhas veias, pelas quais atinge o coração, de ritmo tão acelerado como os bumbos duplos de Heavy Metal. A vida anda tão corrida, que no fim de semana dá uma vontade enorme de ficar em casa, curtindo a vida reclusa.

Um momento de ócio, e a tela brilha novamente, mostrando outro artigo à minha frente. Eu não reclamo, cada compromisso é uma nova maneira de organizar minha rotina. Tudo o que mais tenho é tempo, e saber administrá-lo é a maior arte.

Ontem nós conversamos muito, e ela me disse que se sentia insegura, disse que não sabia o que a faria diferente. Isso ninguém sabe, meu amor; quando chegar a hora certa, o sábio conhecerá a si próprio, talvez a mais ninguém.

Mais uma vez repito: quem busca o impossível chega muito alto; quem busca algo que está alto nunca alcança.

Com preguiça de me expressar melhor hoje; desculpa.

G.Tritany

sábado, setembro 04, 2010

Enquanto você espera aí sentado,

Tudo pode acontecer. Essa sentença, tão repetida por mim há poucos anos, volta à minha mente e me faz refletir o quão dinâmica pode ser a vida. Ou não.

@dropsdotrita

quarta-feira, setembro 01, 2010

E fico devendo 2

E as pessoas vão se chegando, e vão saindo, e saindo… Acontece que eu só fico devendo, e acho que estou entendendo que é mais ou menos isso a rotina do médico. Claro, ainda estou muito longe dela, mas dá pra sentir o cheiro da agenda lotada chegando. O que não é de todo ruim, desde que se consiga separar uns segundos ociosos pra respirar.

Só consigo dizer que continuo devendo; fico devendo encontrar pessoas, textos pra escrever, amigos pra visitar, telefones pra ligar, coisas pra consertar… Acho que a gente acaba aprendendo a se organizar, a jogar tudo pra um momento oportuno, quando você aproveita todo o tempo pra resolver aquilo que é preciso. Acho que talvez isso seja um outro tipo de disciplina. Quem sabe, é a disciplina de quem resolve brincar de super-homem, e percebe que nem é tão super-homem assim, logo que tudo passa. A gente cresce e percebe que tudo tem seus pesos, e que há de se fazer concessões pra chegar a um objetivo.

É claro, que se meu dia tivesse umas 37 horas e ninguém soubesse disso, ia ser ótimo. Até porque se soubessem, as trinta e sete horinhas estariam ocupadas tanto quanto é o tempo que eu gasto escrevendo aqui, com as folhas me olhando de canto e dizendo: VASCULARIZAÇÃO CEREBRAL, GRUPO DE DISCUSSÃO…

A verdade é que eu sinto um pouco de falta de sair mais à noite, mas talvez essa liberdade fique um pouco limitada pelo sistema de transporte público, que atravanca minha vida mais do que ajuda. Apesar disso, sei que vale muito à pena concentrar meus esforços em muitas noites de estudo, pra folgar quando todo mundo estiver apertado.

Entenda, se eu falei que ia fazer algo e ainda não fiz, eu ainda lembro, mas talvez demore pra eu ter tempo pra isso. Me liga, marca uma hora e a gente resolve.

Bom, já estou demorando muito, e talvez seja hora de correr.

G. Tritany