quinta-feira, abril 02, 2009

estou de cabeça pra baixo;

cabelos molhados, pés amarrados e o tempo não passa.
Parou faz pouco tempo, e eu ainda não consigo explicá-lo.
Merda de fenômeno que aparece a todo tempo por causa das minhas mentiras.
Pior do que mentir pra você é mentir pra mim. 
Me faltam palavras e o som me parece menos nítido. No fim, tudo parece amarelo, tão igual.
Sem a cor que me falta, todo mundo me é estranho, todo mundo é normal. Absolutamente excêntrico.
E só fica cada vez mais claro que o deslocado sou eu. Se eu lhe contar um segredo, você guarda?
Não. 
Nem eu. Já soltei faz tanto tempo, só não volta aos meus ouvidos. Não volta porque as redes de comunicação já não me procuram, já não precisam de mim. 
E os cabelos? Mais uma vez não secam. Não secam porque a gravidade não é suficiente pra me segurar; a água já não tem mais força pra me engolir e talvez nem as suas mãos consigam mais me estrangular. Tenho saudades. 
No fim: lucidez é um conceito abstrato. Concreto, nem o ar que eu respiro, nem o amor no meu bolso, nem o rock na mente e nem as pedras que eu cuspo.
O tempo não passa e a agonia é constante. Mais um segundo e eu paro de pensar.