quinta-feira, julho 30, 2009

Sou romântico, afinal.

E por que não? Tá bom, bem pouco, mas o importante agora é trazer o meu parecer sobre a obra "Lucíola" de José de Alencar.
O livro é um romance romântico do século XIX (ou dezenove, se preferir), e trata - assim como as outras obras do mesmo gênero - de um amor entre homem e mulher.
Até aí tá tudo bem. O lance divertido é que a mulher é uma puta. E não é só isso: é a puta mais desejada e cobiçada na corte.
Paulo, narrador da própria história, conhece Lúcia, a cortesã, que trata com o respeito dado a uma senhora. A moça interessa-se por ele, atraída pela maneira simples e pura como a olha.
No decorrer da história, cenas de sensualidade ficam claras, mesmo que mascaradas pela linguagem repleta de metáforas e enfeites comum nas obras do Zé.
É de se esperar uma estorinha sem sal.Contudo o livro nos surpreende logo com a crítica clara à sociedade carioca da época. Na verdade, traz à tona a sujeira da corte. A prostituição, o adultério, a sensualidae, a aparência e o dinheiro - temas recorrentes em outra escola literária, o Realismo.
Parece-me que para "amansar" o leão das críticas literárias, Zé de Alencar começa a transformar o livro no meio da história. Passa de um realismo mascarado pela linguagem romântica a um romantismo urbano típico: religioso, ideal, limpo e fiel às aspirações das cortesãs, tudo o que era esperado numa boa novela. A heroína (nem sei se posso chamá-la assim) aparece como um anjo, e na verdade chama-se Maria da Glória.
Queridos leitores, para ser bem sincero, acredito que José de Alencar não foi HOMEM o suficiente para dar continuidade à sua linha de crítica e abertura. Teve medo do peso das críticas e matou sua obra, assim como sua personagem.
É fato que o livro traz à tona boas emoções àqueles que entendem sentimentos, ou que amam. Isso, se os mesmos não se perderem nas páginas atirando o livro pela janela - o que quase me ocorreu.
Mas estamos bem grandinhos e cansados de histórias românticas.
Não??
Ok, sofram com seus choros de novela. Eu paro por aqui.
Boa tarde pra vocês; a minha há de ser.