domingo, julho 26, 2009

Um segundo

... e você já não estava mais lá. Ao meu lado, me esperava uma linda jovem de cabelos claros. Tinha a pele morena dos dias de sol e parecia não compreender bem as conversas dali. Eu já sabia o que ela queria. Como você não estava comigo, o convite foi rápido, a viagem foi rápida e a noite foi longa, quente, iluminada pela luz que refletia em nosso suor. A graça divina de não receber uma ligação no dia seguinte é que me deixa despreocupado.
E no fim de cada noite, o tempo não passa. Só faltam duas horas e o sexo não tem graça.
Tua alma lavada canta em dó menor, enquanto os cacos de vidro me rasgam os pés. A garrafa quebrada não significa nada. Meu telefone toca e o nome é o do meu amor.
Não há motivo para tal preocupação. O meu problema não é a cachaça; perdi o caminho de casa.
Saio no meu carro e não volto. Ela vai entender; eu nunca disse que as coisas iam dar certo. Estou à procura de um lugar quente.
No silêncio das ruas vazias, 2 da manhã. Na lista consta um belo nome. Saudades daquele corpo.
É tarde, mas eu ainda acredito que ela vá me receber.
Na porta, cheiro de castanha. À noite abafada desta cidade, ela me recebe quase nua. É claro que sabia quem batia à sua porta.
Belo apartamento. Bela amiga a me esperar no sofá da sala de estar, e aquela impressão de que esta noite vai durar até a próxima.
Saudades, Júlia.