quinta-feira, abril 14, 2011

Sentado à varanda, olhando o céu à noite…

Eu sinto o cheiro mais gostoso do café que vem da cozinha, e escuto uma música leve. Pensar na minha vida tem sido coisa rara. Só consigo pensar que as coisas estão erradas demais, que as pessoas entenderam tudo errado, que vocês todos só estão brigando entre si por motivos esdrúxulos, que só levam pro buraco.

O Rio de Janeiro, me disse alguém, numa noite engraçada, é um monte de merda, e as pessoas ficam competindo pra mergulhar na merda. E imaginar esta cena só a torna mais real e mais viva cada vez que eu entro numa dessas vans, ou quando as pessoas brigam no metrô por um espaço que não existe, que não é delas…

Era muito café, ele derramou sobre toda a pia. Droga de cafeteira ruim! A questão é que algo simples como uma cafeteira pequena reflete como as pessoas não vivem mais. Sério, quando na casa de minha avó na interior, nós fazemos café no fogão. Ela deixa a água ferver, aí despeja aquilo com cuidado num filtro, direto numa garrafa térmica, o que deixa o café muito mais gostoso, mas custa um pouco de tempo a mais. Tempo que ninguém mais quer perder.

Perder? Perder é passar horas num engarrafamento, enchendo a cabeça de raiva, estressado porque a outra fila andou mais 17 metros que a sua! O Tempo é só o que temos; saber usá-lo pra viver bem é uma raridade hoje em dia.

A vida passa muito rápido, e se você não se dá conta disso, vai ficar num engarrafamento até o fim da vida. E vai brigar pra chegar mais cedo.

G. Tritany