você está aqui.
É
só uma ilusão? Por um momento, pude jurar que meu coração
saltava à boca. Não sabia o que fazer, parecia que um nervosismo se
apoderava de mim novamente, um frio na barriga, apesar da
naturalidade com que as coisas ocorrem. Não estou de cabeça para
baixo, não é preciso olhar o mundo desse jeito. Meus cabelos úmidos
não estão cheios de sal. É o suor no calor desta cidade.
Um
peso paira sobre a minha mesa, um medo de não estudar o
suficiente... ainda assim, paro. Abro, em minha curiosidade, sua
tela. E fico tentando pegar no ar as palavras que ficam soltas, como
enigmas de uma história que se desenrola com elementos do passado e
do presente, misturadas em expressões metafóricas e sensações
metafísicas. Eu não sou bom nisso, assumo.
São
essas cinzas as mesmas que voaram da minha varanda?
Meu
café esfria, e também a minha criatividade. É hora de voltar para
casa, já está tarde para começar o dia.
No
silêncio da noite, outro dia, chiei, gritei, cantei. Estava só.
Estava cansado, surrado, confuso, cheio de dúvidas. Cheio de
tristeza, cheio de solidão. E daquele lugar esquisito, só queria ir
embora, só queria ir para casa. E agora, novamente, só quero deitar
numa rede, após uma tarde de praia, sentir o sal no meu corpo sugar
minhas energias e proporcionar o sono dos despreocupados. Lá pelas
tantas, em minha preguiça fenomenal, olho o mostrador do relógio e
te convido para um café e um bolo, para soltar vapor e ver as
estrelas.
Mas
não é isso que estamos fazendo agora, não é? Tudo ao seu tempo,
sem machucar.
Te
quero a calma, te quero música, como canta a viola afinada ao sopro
do vento, que trouxe de novo a mim a canção recém composta,
embrião do sonho e da vontade, morte da dúvida e do medo.
Dança
como a menina que outrora cantava notas dissonantes.