quarta-feira, fevereiro 27, 2013

A noite chove em mim.


Que é essa saudade no meu peito?
Que é essa insegurança que bate toda vez que me pego sozinho, distraído. Será que é medo de durar para sempre? Hoje só mergulho em dúvidas, e quando a chuva caiu, só molhou minhas esperanças, que, pesadas, desceram pelos bueiros sujos da cidade, junto com todos os outros sonhos daqueles infelizes que caminhavam apressados ao meu lado.
Já está na hora de ir para casa, mas eu não me levanto, não tenho ânimo para me olhar de novo sozinho, preparando o jantar, olhando o prato vazio à minha frente. Ali deveria ter um sorriso, um rosto amigo, um jeitinho de olhar... desvio os olhos para o livro de novo. Está tudo bagunçado em minha mente. Enquanto percebo as dores da noite, me preparo para um minuto de esquecimento, de teatro. Desligo a mente, dali nada vai sair. Assim eu relaxo, pelo menos por um segundo, até perder a hora.
É tarde, estou cansado, mas estou sem vontade de dormir. Fica frio o quarto vazio, e eu fico me perguntando 'onde foi parar'?
Só resta calar.
Em algumas horas, preciso estar novo, de novo. Preciso dormir.
Preciso de tanta coisa...!