O
suor escorre pela roupa, carrego um peso que mal posso suportar. Mas
dessa vez não é do coração. Ainda assim, toca na minha cabeça a
música que não me deixa esquecer a vontade de sair correndo, de
pegar o primeiro ônibus, de fugir desse frio artificial, desse
ambiente seco e sem voz. Quero suar sob a luz da lua, respirar
baixinho, ver a mágica subir em fumaça.
Meu
coração chora ao ouvir a música que eu há tanto conhecia, ao
ouvir sussurrar no meu ouvido uma outra voz pra dizer as velhas
palavras, a mesma música. Longe, minha mente se esvai, eu desapareço em retratos.